Esqueça Gisele Bündchen. A mulher mais poderosa dos últimos meses na moda é a modelo transexual brasileira Lea T. Quem bom! Será que, ao menos no mundinho, onde cabeças costumam ser mais abertas, o preconceito contra pessoas como ela começa a ser deixado de lado?
Linda, sensual, misteriosa e com um irresistível ar melancólico - de quem já deixou claro que não acredita na própria felicidade -, Lea T. é um case de sucesso. Recomendo a entrevista feita com ela pela Vanity Fair e reproduzida na Marie Claire aqui no Brasil.
Filha do ex-jogador da Seleção Brasileira Toninho Cerezo, ela não é aceita de bom grado pela família. Ao menos, por parte dela. Há algum tempo, à trabalho, liguei para Cerezo, pedindo para falar de Lea - nascido Leandro -, e ele simplesmente não retornou.
Na Itália, onde cresceu e recebeu educação graças ao emprego do pai, é modelo e estilista e caiu nas graças de Riccardo Tisci, aplaudido diretor de criação da Givenchy. Fotografou e desfilou para a grife e estourou.
Este mês, entrou no ranking do site Models.com (40ª posição) e estampa a capa da revista Love, que sem dúvida ficará para a história. Lea T. e Kate Moss (na minha opinião, a maior top ever) protagonizam um super beijo, numa imagem P&B, simples, chique, sexy e rock and roll - tudo que as duas, Lea e Kate, são.
Ainda pouco conhecida dos brasileiros, Lea T. deve dar o que falar por aqui muito brevemente. E sua explosão tem data e hora para ser deflagrada. No próximo sábado 29, às 16h, ela desfila a coleção feminina de Alexandre Herchcovitch na São Paulo Fashion Week. Nada mais justo, já que o estilista começou a sua carreira assinando looks para transexuais e prostitutas do baixo Augusta, em SP.
Quem sabe Lea T., com todo o seu poder, se torne a embaixadora da causa dos transexuais no Brasil? Quem sabe as pessoas não vejam que um transexual pode ser, especialmente se não houver tanto preconceito e asco em seu entorno, mais do que prostitutas?
A história de Lea T. me fez lembrar a de Marci Bowers, que entrevistei no ano passado - uma das entrevistas que mais gostei de fazer. Americana, ela nasceu menino e sempre quis ser menina. Conseguiu e hoje é a maior cirurgiã de troca de sexo dos Estados Unidos e, acredito, do mundo.
Não é possível que Lea T. esteja certa sobre a sua infelicidade predestinada.
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