Wednesday, January 19, 2011

Cisne branco Vs. Cisne negro


Antes mesmo de chegar aos cinemas do Brasil, o filme "Cisne Negro", de Darren Aronofsky, com Natalie Portman, tem rendido muito bafáfá. Quem não leu que Natalie Portman e Mila Kunis se beijam ardentemente depois transam? Que Natalie se masturba? Que ela está incrivelmente sexy? Enfim.
Assisti o filme e isso foi o que menos me impressionou - talvez por eu ser mulher, e não homem. Como mulher, o que mais pegou para mim foi o desafio lançado à personagem de Natalie, a bela, frágil, problemática e frígida Nina Sayers.
Numa montagem de Lago dos Cisnes, a bailarina foi desafiada a ser a mocinha, no caso, o cisne branco, e a vilã, o cisne negro, na mesma apresentação e com igual perfeição. As personagens são antagônicas do princípio ao fim. Uma é certinha, correta, travada, a própria Nina. A outra é espontânea, sem pudores, atirada, bem parecida com Mia. No clássico, o cisne negro rouba o príncipe do cisne branco, que se mata.
A pergunta que fica, e que desencadeou todo o drama psicológico da pobre Nina, é: afinal, é possível que sejamos protagonista e antagonista, bem e mal, travada e atirada, em igual profundidade? Talvez. Eu, por exemplo, ainda não cruzei com tal desafio. Mas, tenho medo de imaginar.

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