Monday, February 21, 2011

Uma vida sem TPM

Quem tem TPM sabe do que a síndrome é capaz. Muitos homens acham que é frescura de mulher e pretexto para surtos, berros, crises de choro e teorias melodramáticas (sem falar nas dores de cabeça, cólicas e cansaço), mas quem vive na pele, seja a mulher, seja seu parceiro, sabe que ela é capaz de destruir auto-estimas, arruinar relações e criar ressacas morais como poucas.
Nunca subestimei o poder da minha TPM. Sempre soube que ela era capaz de me fazer explodir no trabalho, ofender o meu marido, descontar no meu filho, entre outras coisas mais. Aprendi tudo isso na pele, dolorosamente. Além de ferir a pele alheia. Mesmo assim, por mais que me preparasse para a sua chegada, eu não tinha o menor controle sobre ela. Era como se uma mancha negra nascesse num canto qualquer do meu corpo no domingo anterior à minha menstruação e tomasse conta dele inteiro ao longo da semana. No final, eu era outra pessoa, irritada, sem paciência, agressiva, grossa, infeliz, dark. E pior: que havia marcado inocentes com o meu humor matador. Isso todo santo mês.
Há alguns anos, venho brigando contra o meu instinto mais feminino - o meu lado negro. Depois dos 30 a TPM piorou super. Nessa fase, controlo alimentação, evito café e respiro muito. Quando não é o suficiente (e nunca é), tomo Passiflorine (duas pastilhas de cada vez) para relaxar. Passei a tomar uma pílula. Troquei por outra, daquelas que não paramos de tomar e emendamos cartelas. Nada deu certo.
Recentemente, meu marido elencou as nossas últimas brigas feias. Constatamos que todas, sem excessão, aconteceram durante as minhas TPMs. Ele não tinha paciência e eu achava que ele deveria ter e me irritava ainda mais. Claro que no fundo acho que ele não deveria ter paciência comigo. Foi difícil adimitir que a culpa era minha sim senhor. Dia desses, ele disse que gostaria de tatuar o meu nome no corpo dele. Mas que não faria isso porque sabia que se arrependeria na minha próxima TPM. Nunca quis que ele escrevesse o meu nome na pele dele, mas a confissão me devastou.
Bom, hoje declarei guerra à minha TPM. Em consulta com a minha gineco, decidi que não vou mais menstruar. Em tese, sem menstruação, não há TPM. Tomarei uma pílula especial, sem paradas.
Tenho esperanças de que essa seja a última TPM que estou vivendo. Num quero mais brincar de ser mulher a beira de um ataque de nervos. Não combina comigo.
Me comprometo a escrever no blog sobre o meu primeiro mês de tratamento. Desejem-me sorte.    

1 comment:

  1. Jura que piora depois dos 30???? Hahaha! MEDA!

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