Muito boa mesmo a matéria "Girl Power - O Novo Feminismo" da revista ELLE, edição de agosto. Argumento de gente grande, bem defendido, amarrado e exemplificado. Aquele tipo de reportagem que a gente lê e se identifica de cara.
Esse trecho meio que resume a coisa toda:
"O feminismo hoje se apresenta de diferentes formas, inclusive em cima de um palco, vestido de Givenchy decotado (aqui a referência é Beyoncé, citada no lide). Sua versão moderna visa ampliar as escolhas da mulher e respeitar os desejos de cada uma, em contraponto à militância do passado, que reprimia tudo que pudesse parecer resultado da opressão machista, até nas coisas mais ingênuas, como a obrigação de estar com a depilação em dia. (...) Uma mulher pode casar virgem ou abandonar a carreira para cuidar da família - decisões vistas como imposições paternalistas - e ainda ser femininista".
O texto aborda também o peso da palavra feminista, que para muitos ainda é sinal de mulher que não gosta de homem (?!), uma visão tão difundida quanto torta. Para exemplificar, cita a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, eleita uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, que descreveu em uma palestra em 2012 as suas dificuldades em se declarar feminista. Pesquisei sobre, e encontrei o seu discurso no
TEDxEuston. Está aqui, para quem se interessar.
O assunto está quicando. Prova disso é que no mesmo dia que li a matéria da ELLE, vi no Facebook um texto de uma
jovem de 29 anos sobre a arte de tricotar.
Olha um trechinho:
"Houve um movimento de conquista no mercado de trabalho e de independência financeira feminina cujo resultado foi o abandono (total ou parcial) dos trabalhos domésticos. Nós focamos no fator negativo de ser "dona de casa" e esquecemos de enxergar a liberdade existente nas nossas artes manuais".
Liberdade para ser o que bem entendemos. Essa é a nossa luta, seja no Brasil, seja no Afeganistão. E isso quer dizer, em níveis diferentes, é claro, vestir o que gostamos, namorarmos, casarmos e trabalharmos com e com quem queremos.